Nova lei sobre cirurgia reparadora de mama impulsiona debate sobre reconstrução humanizada no Brasil

A recém-aprovada Lei 15.171/25, sancionada pelo presidente Lula, representa um avanço histórico na saúde feminina ao garantir o acesso mais amplo à cirurgia reparadora de mama, tanto pelo SUS quanto por planos de saúde, além de prever acompanhamento psicológico para pacientes antes e depois da mastectomia. A medida resgata um direito fundamental das mulheres: o de se sentirem inteiras após o enfrentamento do câncer.

Referência nacional em reconstrução mamária, a mastologista Dra. Giovanna Gabriele avalia a medida como um marco positivo, mas alerta: “Não basta garantir a cirurgia, é preciso garantir acesso à técnica certa, feita por profissionais capacitados e com foco na estética, na funcionalidade e na autoestima da mulher.”

Recentemente, a Dra. Giovanna esteve no norte da França, em Estrasburgo, para aprender uma das técnicas mais inovadoras da atualidade com o Dr. Jean Marc Piat — uma reconstrução total da mama sem o uso de prótese, sem cicatrizes nas costas ou abdômen, utilizando apenas tecido da própria paciente. “Essa é uma alternativa revolucionária para mulheres que precisam passar pela mastectomia preventiva por mutação genética ou enfrentam o câncer. É menos dolorosa, mais natural e respeita o corpo da mulher”, explica.

A nova legislação amplia direitos, mas especialistas alertam para os desafios estruturais do SUS e a falta de atualização técnica em diversas regiões do país. “Muitas mulheres ainda são reconstruídas com técnicas defasadas ou sequer são informadas sobre todas as opções disponíveis”, afirma a Dra. Giovanna. Além disso, o acolhimento psicológico ainda é limitado na prática clínica, o que pode comprometer a recuperação emocional das pacientes.

Para além da lei, é urgente capacitar médicos, descentralizar técnicas modernas e garantir um olhar mais humano à jornada da mulher que enfrenta a perda das mamas. A Dra. Giovanna defende a criação de centros de referência em reconstrução mamária humanizada e se coloca à disposição para ajudar a formar profissionais em todo o Brasil. “O corpo feminino não pode ser tratado apenas como biologia. Ele é símbolo de identidade, autoestima e dignidade.”

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