Quando o silêncio engana: O que acontece com a endometriose na menopausa
Dra. Lidia Myung – Referência em Endometriose e Menopausa – Foto: Divulgação/acervo pessoal
A ginecologista e mestre em Endometriose Profunda pela USP, Dra. Lidia Myung, esclarece por que a doença não desaparece com a menopausa e como o tratamento adequado pode evitar complicações sérias
A endometriose é uma das doenças ginecológicas mais complexas e desafiadoras da atualidade. Caracterizada por um processo inflamatório crônico, ela afeta cerca de 10 a 15% das mulheres em idade reprodutiva e está entre as principais causas de dor pélvica intensa, cólicas menstruais incapacitantes e infertilidade feminina. Ainda assim, o maior obstáculo permanece o mesmo: o diagnóstico tardio. Em média, uma mulher com endometriose pode levar de sete a dez anos para receber o diagnóstico correto, tempo marcado por sofrimento físico, emocional e, muitas vezes, pela frustração de não ser compreendida.
Nesta matéria exclusiva, a Dra. Lidia Myung (CRM 119213 SP | RQE 35056), Mestre em Endometriose Profunda pela Faculdade de Medicina da USP, Especialista em Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva e Robótica pela FEBRASGO e Intuitive Da Vinci, e com Pós-graduação em Medicina Integrativa pela Academia Brasileira de Saúde Funcional Integrativa, esclarece as principais dúvidas sobre a relação entre endometriose e menopausa, um tema cercado por mitos e interpretações equivocadas.
O mito da cura na menopausa
Entre os equívocos mais difundidos, um dos mais persistentes é o de que a endometriose “se cura sozinha” quando a mulher chega à menopausa. A Dra. Lidia explica que essa crença é incorreta e potencialmente perigosa.
“Na menopausa, os focos de endometriose podem estabilizar, mas isso não significa cura. Cerca de 5% das mulheres podem apresentar o crescimento contínuo das lesões, mesmo após a interrupção dos ciclos menstruais. O problema é que, como os sintomas de dor diminuem, essa progressão acontece de forma silenciosa”, destaca a especialista.
O risco aumenta quando há terapia de reposição hormonal sem acompanhamento adequado. “Ao optar pela reposição hormonal, as lesões podem voltar a crescer como na idade fértil, e, silenciosamente, causar complicações graves, como comprometimento intestinal, obstrução dos ureteres e até compressão dos nervos pélvicos”, alerta.
Por isso, a Dra. Lidia reforça a importância de que mulheres com histórico de endometriose tenham acompanhamento especializado durante a menopausa, tanto para avaliar o comportamento da doença quanto para definir a melhor combinação hormonal e estratégia terapêutica para cada caso.

Dra. Lidia Myung – Referência em Endometriose e Menopausa – Foto: Divulgação/acervo pessoal
Menopausa: o início de uma nova fase, não o fim do cuidado
A menopausa, tema que tem ganhado destaque com o posicionamento de mulheres influentes e celebridades internacionais, ainda é conduzida de maneira superficial por muitos profissionais. “Reduzir a menopausa às ondas de calor é um erro comum. Trata-se de uma fase que impacta o corpo, a mente e a qualidade de vida da mulher”, observa Dra. Lidia.
Ela explica que os sintomas podem começar anos antes da última menstruação e incluem insônia, ganho de peso inexplicável, irritabilidade, ansiedade, dores articulares, perda de libido, lapsos de memória e sintomas depressivos.
A abordagem integrativa, campo no qual a médica também é especialista, permite avaliar a mulher como um todo, buscando o equilíbrio entre saúde hormonal, emocional e metabólica.
A importância de uma medicina precisa e empática
Um dos grandes desafios no enfrentamento da endometriose é a escassez de profissionais capacitados tanto no diagnóstico quanto no tratamento cirúrgico avançado da doença. Exames de imagem como ressonância magnética e ultrassonografia especializada ainda são pouco acessíveis e demandam médicos treinados para identificar lesões profundas. “O diagnóstico precoce e o tratamento multidisciplinar mudam o curso da doença e devolvem qualidade de vida à mulher. A endometriose não é apenas uma condição ginecológica é uma condição sistêmica que exige atenção integral”, conclui Dra. Lidia Myung.
Sobre a especialista
A Dra. Lidia Myung é referência nacional em Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva e Robótica, com foco em endometriose profunda. Sua atuação alia tecnologia, precisão cirúrgica e visão integrativa, oferecendo às pacientes uma jornada de cuidado completa e humanizada. Seu trabalho é guiado pelo propósito de trazer clareza, acolhimento e soluções seguras para mulheres que convivem com doenças ginecológicas complexas, especialmente a endometriose.
Conheça mais sobre seu trabalho
Siga Dra. Lidia: @dralidiamyung

